segunda-feira, 10 de agosto de 2009



AS QUATRO ESTAÇÕES E OUTROS

Nunca a vi chegar
nem partir; pus-me a sorrir
ao vê-la passar.
***
Sem mais guarda-chuva,
rompe o sol; com guarda-sol
e olhar de saúva.
***
Violino à Verlaine
o outono é folha sem dono.
Lama de ninguém.
***
O inverno, me disse
um velho que tinha um castelo:
- é irmão da velhice.

O ENIGMA
Vejo este azul,
mas vê-lo não basta.
Ele inscreve a distância
que vai do inseto
ao forno das estrelas
- nas quais, universo,
devora-se, e canta.

AFGANISTÃO

Revestidas de ouro
e papel,
as rochas metálicas, uma por uma,
tombam
sob um coro de
lágrimas.

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