quarta-feira, 22 de abril de 2009

Convite de Lançamento

Jorde Tufic Lança neste sábado as 10hs da manhã na Editora Valer sua mais recente obra "Um hóspede chamdo Hansen", onde reunirá as maiores assumidades da Literatura Amazonense.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Poema do Livro "A INSÔNIA DOS GRILOS"


AS TRÊS PORCAS

Uma coisa me olha desde que nasci.
Outra coisa me suga.
E ainda sobra uma terceira
que, lenta e pacientemente,
vai desfolhando os meus dias
como quem toca um realejo.


DE ÔNIBUS, PELO SERTÃO

Lá fora, o diameno.
Bloqueio de trevas,
cysne,
cântico de agulhas.

Em busca desse dia
eu parto: noutras paragens,
decerto,
há homens e bichos
que disputam vitórias,
se matam.

Mas aqui, só nuvens
rascunham fugacidades.
Paisagens, velozes,
não passam por mim.

Atravessamo-nos, apenas.

Extraídos de A INSÔNIA DOS GRILOS. Fortaleza: Ed. Autor, 1998. 100p

Poema - Coral das Abelhas


CARTAGO FUI EU

Canta um pássaro morto sobre o dia
que a muitos outros já se misturou
algo abaixo dos ramos silencia,
treme a terra na pedra que restou.

Vem de que mares essa nostalgia
que meus ossos fenícios engessou?
De Cartago, talvez, da noite fria
transformada no pássaro que sou.

Esse canto noturno me extenua.
Vem de Cartago, sim; da negra lua
por dono o sol que abrasa, mas festeja.

Esplende a noite em látegos de urtiga.
Brinda-se à morte ao cálice da intriga.
Meu corpo, feito escombros, relampeja.


O DESENCONTRO

Uma folha tremula
sobre o branco aflitivo dos garfos.

Passado & futuro
são fronteiras de aragem.

Formigas saem das tocas
ganham asas de louça.

Cristais se fundem
no brinde sem eco.


FRAGMENTO

À tarde e à noite
o poeta está ausente.
Relógio e calendário
ficaram do avesso.
Ele usa a freqüência dos búzios
e capta as notícias que envelhecem
antes da letra e do chumbo.

Percebe, então, que falta um elo
para cada coisa.

Possivelmente indecifrável.

PROSPECÇÃO

Ninguém te vê.
Só os ventos te penetram.

Ninguém que esteja saciado
ou faminto
necessita de ti.

Neste exato sem nome
reintegra-te à nuvem que passa
e ao canto das aves.

o poeta, já o disse,
é um ser transparente.

Invicto. Desnecessário
entre porcos, hienas
e outros viventes

solidariamente incompletos.

Extraídos de POEMA-CORAL DAS ABELHAS. Fortaleza> Ed. Autor, 1999. 77 p.

Poema do Livro "Quando as Noites Voavam"


A ORIGEM DA NOITE

A Noite era um fantasma que se repartia
entre a luz e a escuridão.

Um lado desse fantasma era escuro e feio.
O outro lado era claro e bonito.

Nãmi, era como se chamava o dono da Noite.

Os grilos teciam as folhagens do sono
enquanto o pássaro japu tratava de afastar,
com seu bico,
as cortinas da madrugada.

Antes de dar a Noite a seus netos,
Nãmi comeu ipadu e fumou olé-o (cigarro).

O resto dessa estória ninguém sabe,
porque uma parte dela ficou com a Gente da Noite
e a outra parte ficou com a Gente do Dia.*

* Gente da Noite e Gente do Dia: Tukano e Desssana. N.A.



MAKUNAÍMA RECRIA O MUNDO

Depois das águas grandes,
o mundo ficou seco e oco.
Pedaços de carvão ficaram rolando no solo,
como ecos de pedras,
vozes de rio, gemidos de fogo.
Então, Makunaíma acordou.
E do barro de sua vigília
retirou aquele homem, sua forma de barco,
seu peito cavado.

No outro lado de Roraima
seus feitos continuaram.
Homens e mulheres foram sendo mudados
em rochas, antas e javalis.
Perto de Koimelemong, um cervo
mergulha na terra a cabeça-de-pedra.
Sobre uma grande onda na Serra de Aruaiang,
pousa uma cesta de luar.
A Serra do Mel parece conduzir
um silêncio de aragem
e vai sem ter vindo.

Muitas dessas pedras se elevam
No país dos ingleses, assim como peixes
E uma cesta que imita, por baixo,
Um perfil de mulher.

A savana da Serra de Mairani
são braços, pernas e cabeça
de um ladrão de urucu.
Aí também se entreabrem umas nádegas de pedra.
Cachoeiras acima,
o movimento dos peixes adentra na rocha.

Uma pedra chamada Mutum
canta como este
quando alguém vai morrer.
vespas gigantes construíram suas casas
e zumbem na base mais profunda da serra.

Aqui fora, Makunaíma dá os últimos retoques
Nos bichos domésticos.
Depois disso ele deita na terra molhada
e se deixa esvair em milhares de seres
que nadam para o rio.

Extraídos de QUANDO AS NOITES VOAVAM. Manaus: Editora Valer, 1999. 181 p.

Entrevista


Nasceu em Sena Madureira, no Acre e reside em Fortaleza, Ceará, Brasil.
“Aí começou aos sete anos de idade, a ouvir o ponteio das violas sertanejas, acompanhando as trovas, os repentes e as saudades dos soldados da borracha, filhos do nordeste brasileiro.”
Mais de quarenta títulos publicados, entre prosa e poesia,. Os versos a seguir espelham melhor a sua biografia e a sua geografia humana.

O poeta JORGE TUFIC, convidado de honra, em companhia da poeta Alice Spindola, chegando a uma das sessões magnas da I BIENAL INTERNACIONAL DE POESIA DE BRASILIA, 3 a 7 de setembro de 2008, no auditório do Museu Nacional.

Inauguração do Espaço Cultural


O meu prestigiado amigo e poeta Jorge Tufic foi merecedor da homenagem em Fortaleza. Jorge ganhou um espaço lindo de arte: O Espaço Cultural Jorge Tufic.
Jorge nasceu no Acre, é membro da Academia Amazonense de Letras, possui muitos livros publicados de poesia, pertenceu ao grupo do Galo da Madrugada com Astrid Cabral. Atualmente mora em Fortaleza e está com 78 anos de idade. Acompanhe a foto:
diego mendes sousa

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Espaço Cultural "Jorge Tufic"


Agora sim está oficialmente lançado o recanto cultural, sediado em um lugar de requinte que é o Hotel Marbelo de propriedade do Dr. Ritta Bernardino em Forataleza na Praia do Futuro, levando informções, Educação e Cultura para o mundo.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Sonho realizado



Depois de um trabalho minucioso de configuração, eis que surge um gigante cultural literário para unir duas bandeiras do Brasil ao Mundo, Espaço Cultural "Poeta Jorge Tufic", hospedado e acariciado por um empresário com forte sensibilidade criativa no setor hoteleiro e da cultura Sr. Ritta Bernardino, uma âncora de ouro e brilhantes da cultura brasileira.
Parabéns Poeta.